Saúde sexual para mulheres lésbicas
Pouco se fala sobre os cuidados com a saúde,
recomendados para esse grupo da população, você sabe como se cuidar ou dar uma orientação para uma amiga, filha, conhecida lésbica?
Mas, as homossexuais devem adotar medidas específicas em
relação à saúde? Na verdade, todas as mulheres precisam estar atentas à esta
questão, sobretudo, quanto à importância das consultas médicas e da realização
de exames preventivos regulares. Por exemplo, para aquelas que se encontram na
faixa etária de 25 a 64 anos e que já iniciaram as suas atividades sexuais, é
essencial realizar, anualmente, a coleta de citologia oncótica, o tradicional
Papanicolau. Após os 40, a mamografia é imprescindível, dentre outros exames
que são indicados. Recomendam-se, ainda, vacinas contra Hepatite B e HPV, de
acordo com o histórico da paciente.
Especificamente para a população homossexual feminina, também
devemos nos ater aos seus riscos individuais, que são moldados, muitas vezes,
por fatores relacionados à orientação sexual e suas práticas.
Sabemos que este é um grupo com altos índices de depressão e
transtornos de ansiedade, por isso é importante avaliar periodicamente a saúde
mental. A alienação social, discriminação, rejeição por amigos e familiares,
abuso de drogas e violência são alguns dos fatores que podem contribuir para o
surgimento destas patologias. O problema ainda pode ser intensificado para
aquelas que se sentem excluídas de seus círculos e que não têm qualquer tipo de
apoio social.
Ao contrário do que algumas pessoas pensam, este grupo
também está suscetível a contrair doenças sexualmente transmissíveis, inclusive
durante a prática de sexo oral, sendo indicado um método de barreira para
proteção, além da realização periódica de exames de sangue e coleta de
citologia cervico-vaginal. Os cuidados com higiene e compartilhamento de
brinquedos sexuais devem ser permanentes. Os produtos precisam ser lavados
antes e após o uso e cobertos com preservativo. Nesse sentido, ainda vale
lembrar que alguns vírus, como o HPV (Papiloma Vírus Humano) ou a Herpes, podem
ser adquiridos mesmo com uso de preservativos.
Outro ponto bastante controverso é a violência doméstica.
Mulheres homossexuais tendem a permanecer em silêncio quando expostas a este
tipo de situação, devido a ameaças do agressor em tornar pública a sua
orientação sexual, por exemplo. A única maneira de quebrar esse ciclo é agir o
quanto antes. Para quem é alvo de violência doméstica, sempre sugiro que conte
imediatamente a alguém de confiança sobre o abuso, seja um amigo, alguém da
família ou um profissional da saúde.
Algumas mulheres homossexuais também hesitam em procurar um
médico por vergonha ou dificuldade em se sentir à vontade para discutir as suas
questões. Encontrar um profissional para estabelecer uma relação de confiança
pode ser difícil para qualquer pessoa, o importante é não desistir caso o
primeiro não atenda às expectativas.
Muitas
mulheres escolhem o ginecologista para cuidarem de sua saúde como um todo, por
isso é importante que esse médico te traga confiança e te deixe à vontade para
tratar todo o tipo de questão.
Algumas mulheres homossexuais hesitam em procurar um
médico por vergonha ou por essa dificuldade em se sentir à vontade para contar
suas questões pessoais.
Além
disso, muitos médicos também tiveram formação adequada para tratar da
sexualidade de seus pacientes e alguns também não estão bem resolvidos com a própria sexualidade. Isso pode
interferir quando uma questão sexual vem à tona.
Encontrar um
profissional para estabelecer uma relação de confiança pode ser difícil para
qualquer pessoa, o importante é não desistir caso o primeiro não atenda às
expectativas. A dica é se amar e não ser negligente com a saúde! A prevenção, o diagnóstico e o tratamento precoces ajudam a evitar problemas futuros e, muitas vezes, irreversíveis.